terça-feira, 9 de abril de 2013
Apresentação e a cozinha do desespero
Eu cozinho inspirado na minha mãe. Minha mãe tem uma coisa bem natural, ela é uma "independent woman" criada no interior, não é do tipo mulher que cozinha, que busca receitas ou que está por aí vendo almoços diferentes para fazer em casa. Ela é bem prática, do tipo jogar um monte de coisa numa panela de pressão e torcer para que ela não exploda com tanto tempero e carne dentro.
O que eu mais gosto na comida da minha mãe é justamente o prático, a junção dos temperos que ela aprendeu com minha avó no interior, uma junção de tomates com hortelã, misturado com vinagre, sal, pimenta do reino, pimenta de cheiro, amontoado de carnes (que ela faz questão de NÃO amolecer antes... vamos deixar a panela de pressão fazer o milagre sozinha) e outros itens que eu sinceramente não lembro. (Eu podia tirar uma foto mas vamos voltar ao foco que sou eu.)
Eu fui jogado na cozinha. Achava legal a ideia de cozinhar, eu e uma amiga costumávamos propor umas tardes "temáticas" para fazer umas receitas de determinada localidade (Cozinha Mexicana era uma ótima desculpa para encher a cara com José Cuervo), porém era algo muito prático, já que duas pessoas e uma receita do TudoGostoso.com.br não criava nenhum tipo de criatividade de fato (exceto é claro quando precisavamos nos virar para trocar o peixe caro para um congelado de supermercado na nossa receita de ceviche para uma "tarde peruana").
Isso mudou praticamente quando meu pai trabalhava o dia todo (ele tentava fazer algo na cozinha, mas eu e minha irmã mais velha virávamos a cara para a comida sem sal dele), e a tal dita irmã também (ela cozinhava razoavelmente legal, tá, vamos voltar para o foco?). Depois disso tentei imitar o que minha mãe e irmã fazia. Hora ficava bem legal, outras horas a comida tinha um gosto tão afrodisiaco que me fazia perceber que por vinagre em cima do frango grelhado não era boa ideia.
Hoje é 9 de Abril, estou tendo um (pausa estratégica para levar uma bronca da minha mãe, logo a frente voltaremos a falar sobre), dia um tanto quente e estressante. Estou estagiando e os trabalhos eu faço na minha própria casa, e não estou me concentrando, um dos meus trabalhos academicos sumiu do meu PC e hoje arrumei a casa. Não estou feliz.
12 e 30 fui para a cozinha, e uma grande nuvem culinaria surgiu. Lembrei que minha mãe sempre mantem uma porção de camarões no congelador, ela me propos usar com um molho de champions, manjericão e tomate. - Pausa para voltar a falar da minha mãe: Ela abriu o molho e se surpreendeu ao ver que o molho não era branco (o molho era de tomate com champions, mas ela ignorou o fato que apesar dos cogumelos serem brancos, o tomate permanece vermelho). Sempre que eu vou para a cozinha, ponho agua para ferver antes mesmo de decidir o que vou cozinhar, afinal mesmo que não seja utilizada, sempre tem um cházinho no fim do almoço para se tomar. Enquanto fervia o macarrão, (vocês ainda vão ver muito macarrão por aqui), descasquei o camarão com minha mãe (e ela enquanto descascava, comia uns - detalhe que eles estavam congelados.). Aqueci o molho e bati uma cebola no liquidificador, pois eu odeio fatiar cebola, joguei a cebola junto com o camarão no molho com uma pitada de pimenta calabresa daquelas que vem num pacotinho e manjericão fresco. Além do macarrão, fiz o meu amor frito: bacon.
Peguei uma frigideira e pus o bacon fatiado, e como ele estava grudando (preguiça de procurar uma antiaderente), joguei manteiga. NÃO FAÇAM ISSO, bacon já é gorduroso naturalmente. Ficou oleoso, gorduroso, ficou a minha cara meio dia no centro da cidade. Quando o bacon já estava mais ou menos frito, joguei um whisky da minha mãe para dourar, e ficou ótimo, a textura ficou bem crocante, mas um acidente aconteceu: queimei o macarrão enquanto ocorria o processo de fritura do bacon.
O macarrão ficou ótimo, apesar de queimado, o camarão com uma textura e sabor muito marcante, porem com uma denuncia: O MOLHO NÃO TINHA COGUMELOS, achei ofensivo!
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